O brinde
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- Categoria: a história do vinho
Pare e pense nessa questão: por que brindamos? Como era de se esperar, não existe uma única resposta, precisa e inquestionável, para esclarecer a origem do hábito de brindar. Existem muitas, e muito interessantes.
Alguns povos europeus acreditavam que o barulho do tilintar das taças afastava os maus espíritos, assim como também fazia o badalo dos sinos das igrejas. De uma maneira ou de outra, a história conta que vários povos faziam barulho enquanto bebiam, batendo seus copos na mesa, ou badalando sinos, para proteger-se contra o mal.
Outra lenda remete à confiança entre os homens. Numa época em que o envenenamento era uma forma comum de eliminar inimigos, era sempre um risco aceitar uma bebida oferecida por outra pessoa. Para assegurar-se de que não estava sendo envenenado, o convidado virava um pouco de sua bebida no copo do anfitrião, e os dois bebiam simultaneamente seus copos. Quando o convidado confiava no anfitrião, em vez de fazer isso, eles somente encostavam seus copos, sem a necessidade de despejar um pouco de sua bebida no copo do amigo.
Uma variante desta história diz que o brinde vigoroso fazia com que as bebidas dos dois copos jorrassem e se misturassem, assegurando, dessa forma, que o anfitrião beberia o mesmo conteúdo do convidado, e que esse não seria, portanto, envenenado.
A mitologia grega também trata de dar sua explicação. Dionísio, deus grego do vinho, deu uma festa no Monte Olimpo, e convidou os sentidos humanos para o evento. Todos os convidados, os sentidos, estavam felizes, desfrutando os prazeres do vinho. A Visão estava enaltecida pela cor da bebida, o Olfato encantado com o aroma, e assim por diante. Exceto a Audição, que não desfrutava nenhum prazer. Para contemplar seu convidado, Dionísio então propôs que batessem seus copos uns contra os outros, tilintando o que viria a ser “a música daqueles que gostam de vinho”!
O fato é que gostamos de brindar! E apesar de algumas regras de etiqueta considerarem mais apropriado simplesmente levantarmos nossos copos, nós gostamos, sim, de brindar! Esse é um ritual repetido por milhões de pessoas, todos os dias, pelos mais diversos motivos.
Mas ninguém quer sair por aí quebrando taças, ou espalhando vinho pelo chão, certo? Então, em seu próximo brinde, atenção a essa dica: em vez de brindar “borda com borda”, que é a parte mais frágil da taça, brinde “bojo com bojo”. Dessa forma, ainda vai se surpreender com o som! Um brinde!
E, para encerrar, se quiser ler mais sobre Dionísio, deus grego do vinho, clique aqui.
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